O começo de minha luta para que a justiça fosse feita, foi no dia posterior a morte de Marianna, quando ao procurar um advogado que me desse instruções sobre como proceder, e infortunadamente, e sem saber, fui procurar o mesmo advogado já contratado pelo assassino de minha filha, e que sem constrangimentos, me recebeu, me alertando de que “acidente de trânsito não dá em nada"
Preferi seguir minhas convicções, fui lutar pela justiça, pois, jamais poderia aceitar que um animal desembestado, pudesse fazer o que se quisesse ao volante e ficasse impune.
Os primeiros dias foram difíceis, ir atrás de testemunhas, muitas preferiram não se envolver. Levá-las à delegacia, ler depoimentos, suportar ouvir as mais diversas versões dependendo do local em que a pessoa que presenciou a violência estivesse.
Em um ponto, todas diziam a mesma coisa, o assassino, veio em altíssima velocidade, com luzes apagadas ,andando na contramão, tendo após cometer o crime, acelerado ainda mais para se evadir do local.
O ocorrido foi de tal gravidade que os jornais e rádios da região noticiaram com destaque, todavia, o processo, em virtude da promotora de Piraí do Sul, encontrar-se de licença em decorrência de uma cirurgia, foi encaminhado para a promotoria de uma cidade próxima, sendo recebido por esta como um banal acidente.
Não me conformando com isso, contestei, e consegui a anulação da decisão e que fosse refeita a mesma pela justiça de Piraí do Sul. Quero aqui deixar o meu agradecimento à promotora de nossa cidade que entendeu a barbárie cometida contra a minha filha, denunciando o assassino por “homicídio doloso”.
A defesa por sua vez, arrolou testemunhas inexistentes, oficiais de justiça que não encontravam pessoas que residiam na mesma rua do fórum e eu NÃO CONSIGO ENTENDER COMO ALGUÉM QUE É TREINADO E PAGO PELA POPULAÇÃO PARA INTIMAR, NÃO ENCONTRA ALGUÉM QUE MORA EM LOCAL CONHECIDO HÁ ANOS E SURPREENDENTEMENTE NA MESMA RUA ONDE SE ENCONTRA O FÓRUM DE PIRAÍ.
São três anos e meio de batalha, aqui vou contar aos poucos a história, esperando que possa um dia postar aqui, algo que me faça voltar a crer na justiça de meu país. Não peço nada demais, somente que um criminoso seja punido, e que essa punição sirva de exemplo para todos aqueles que se acham no direito de fazer atrocidades ao volante.
Quero poder contar para a Vanessa, o Leandro e a Nathalia que a morte de sua irmã não foi em vão, servindo para auxiliar na humanização do trânsito, bem como mostrar que vale a pena se lutar pelo direito!
